quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Lição II - Experiência se comunica

Por Jânsen Leiros Jr.
Revisado em 16/04/2024


Provérbios 1:8-9

1 8 Meu filho, escute o que o seu pai ensina e preste atenção no que a sua mãe diz. 9 Os ensinamentos deles vão aperfeiçoar o seu caráter, assim como um belo turbante ou um colar melhoram a sua aparência.



Se o temor a Deus é o princípio da sabedoria, é no ambiente familiar que damos os primeiros passos na construção de um caráter que se inclina ao ensino e à instrução. Sim, porque é no convívio da família e nas relações que se desenvolvem nesse contexto, que estabelecemos os primeiros protocolos de conduta e definimos os espaços e os limites do agir.

Considerando o raciocínio do apóstolo João desenvolvido em suas cartas, se eu não me acostumar a ouvir a meu pai e à minha mãe a quem vejo, como ouvirei a Deus a quem não vejo? Ora, os pais são nossas primeiras fontes de informações no mundo, e de certa forma por algum tempo, nossas mais expressivas janelas para a vida lá fora, no desconhecido. O que os pais dizem e ensinam, o que os pais orientam e até impõem, dão as cores do mundo que iremos mais tarde conhecer pelos próprios sentidos. Portanto as primeiras experiências de dar ouvidos, e obedecer, de agir em função do que falam sem conhecimento direto, acontecem no âmbito familiar.

Ora, se quando não se tem qualquer experiência prévia de vida, se quando não se tem qualquer outra fonte de conhecimento do mundo exterior, não se adquire o costume de se orientar pela instrução dos pais, imaginem quando as próprias experiências forem possíveis. Não havendo o costume da obediência à prudência e às instruções sábias, diante do desejo de satisfação dos próprios anseios será muito mais difícil dar ouvidos a qualquer sugestão ou orientação.

A vida em família é, portanto, o primeiro ambiente de exercício da sabedoria e da prudência. Atender às instruções paternais e reconhecê-las como pilares para a vida, é uma importante atitude em favor do desenvolvimento do hábito de escutar, e cumprir a orientação de Deus.

Nisso o autor de Provérbios vai além. Colocando-se no papel de pai, ele afirma que suas instruções são capazes de, atendidas e consideradas no cotidiano da vida, envolverem o comportamento do filho em um alo de admiração. O exercício de obediência aos pais, que por definição nos amam incondicionalmente, forja em nós um caráter admirável. Um caráter confiante, de quem sabe poder confiar nesse amor de cuidado e zelo.

É claro que no contexto da vida moderna, diversas circunstâncias alteram a composição tradicional da família. Ainda assim o texto se aplica de forma transcendente, pois não perde sua pertinência. Fica evidente que o exercício de acatar a orientação se aplica em favor de quem quer que ocupe a posição de cuidador e responsável pela formação do caráter de qualquer indivíduo na juventude. Afinal o carinho e o zelo de quem educa jamais deve ser desprezado.

Não é sem razão que todo e qualquer ataque ao futuro de uma sociedade e à sua capacidade de perpetuar princípios e valores, se concentram na destruição dos laços familiares e no papel da família na construção de uma sociedade de constituições sólidas e seguras.

Se eu não ouço os meus pais a quem vejo, que ouvidos darei a Deus a quem não vejo? O princípio da sabedoria é a obediência.

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