Provérbios
1:10-19
Depois de explicar as motivações e pretensões de Provérbios, e lançar a base primordial da Sabedoria, Salomão introduziu o seu inverso; a estupidez ou mais comumente chamada loucura.
Parece óbvio que ninguém, minimamente orientado, se prestaria a dar ouvidos ao convite declarado no texto. Porém ele adverte que ninguém arma arapuca diante dos pássaros, pois estão olhando. Ou seja, obviamente nenhum convite para o mal é tão explícito, mas sutilmente travestido de algo interessante e vantajoso. Foi sempre assim que o mal se camuflou. Como na tentação no Éden. As armadilhas do dia-a-dia são muitas e não são tão fáceis de serem notadas. Por vezes são montadas por nós mesmos e por nossos desejos e inclinações mais íntimos. Um engodo envolvente, mas que não nos inocenta ao sucumbirmos[1].
Por isso Salomão alerta contra a sedução do mal. Não há nada mais comum do que pretender possuir bens e uma vida boa, sem necessariamente trabalhar arduamente, com suor e cansaço consequente. A forma de conseguir isso, porém, é que pode ser repugnante, estúpida e demasiadamente perigosa, uma vez que dinheiro dificilmente cai do céu.
O livro de Salmos começa com um alerta semelhante e contundente: Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Quase um passo a passo da loucura, ou uma anatomia da tolice[2]. Andar, parar e sentar. Curiosidade, tentativa e acomodação confortável entre os que atentam contra tudo e contra todos. Entre os que se agradam em praticar o mal.
Assim, o autor afirma que, tendo a disposição instrução e os conselhos dos pais, e o temor a Deus para ocupar-se, dar ouvidos à sedução do mal é loucura e estupidez. Além disso, o sábio afirma que o que se conquista com violência ou intimidação, obviamente leva à morte leve o tempo que levar, chegue ela do jeito que chegar. Um dia o mal se abaterá sobre aquele que dele e por ele vive.
Que a sabedoria de Deus nos dê o
discernimento necessário, para que as armadilhas cotidianas não nos engane e
nos consuma.
Amém! Bela reflexão do texto acima.
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